Cerveja e diabetes: 10 efeitos da bebida que você precisa conhecer

Cerveja e diabetes: 10 efeitos da bebida que você precisa conhecer

Hoje vamos falar sobre um tema que une duas coisas muito presentes no dia a dia dos brasileiros: cerveja e diabetes.

A cerveja é uma das bebidas mais consumidas no Brasil, especialmente em momentos de descontração e socialização.

No entanto, para quem convive com diabetes, o consumo de álcool exige cuidados especiais. Neste artigo, vamos explorar como a cerveja afeta o organismo de quem tem diabetes, os riscos envolvidos e dicas para consumir essa bebida de forma mais segura.

Quer saber mais sobre cerveja e diabetes? Você veio ao lugar certo… Vamos começar!


Índice

Um Panorama entre diabetes e cerveja

A relação entre cerveja e diabetes desperta muitas dúvidas, especialmente no Brasil, onde a cerveja é praticamente um símbolo cultural.

Em churrascos, festas e encontros com amigos, a cerveja é uma presença comum. No entanto, para pessoas que convivem com o diabetes, beber essa bebida alcoólica pode representar um risco, já que o álcool tem um impacto significativo no metabolismo da glicose.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, estima-se que cerca de 17 milhões de brasileiros tenham diabetes, e muitas dessas pessoas consomem álcool sem saber exatamente os riscos.

Como a cerveja afeta a glicemia? Diabéticos podem beber sem prejudicar a saúde? É esse tipo de pergunta que vou responder para você agora!


Cerveja e Diabetes: 10 efeitos no organismo do diabético?

Quando uma pessoa com diabetes consome cerveja, o álcool presente na bebida pode interferir diretamente no controle da glicemia.

Isso acontece porque o álcool afeta o metabolismo do açúcar no sangue, podendo levar a complicações sérias. Vamos detalhar agora os principais acontecimentos no organismo quando se mistura cerveja e diabetes.

1. Hipoglicemia

O primeiro efeito no organismo quando se mistura cerveja e diabetes é a hipoglicemia.

O álcool pode causar uma queda brusca nos níveis de glicose, especialmente se a cerveja for consumida em jejum.

Isso ocorre porque o fígado, responsável por liberar glicose na corrente sanguínea, prioriza a metabolização do álcool, reduzindo a produção de glicose.

2. Interação medicamentosa

Quem usa insulina ou medicamentos para controlar o diabetes deve ter cuidado redobrado. O álcool pode potencializar o efeito desses remédios, aumentando o risco de hipoglicemia.

Esse é um efeito perigoso para aqueles que misturam cerveja e diabetes.

3. Hiperglicemia

Por outro lado, a cerveja contém carboidratos, que podem elevar os níveis de glicose no sangue. O equilíbrio entre esses efeitos é delicado e varia de pessoa para pessoa, por isso, antes de tomar uma, é importante ter consciência de que o açúcar no sangue pode subir de forma perigosa.

4. Ganho de peso

A cerveja é calórica, e o consumo excessivo pode levar ao aumento de peso. Para quem tem diabetes, isso pode dificultar o controle da glicemia e aumentar o risco de complicações.

5. Doenças cardiovasculares

O consumo regular de álcool pode elevar a pressão arterial e os níveis de triglicerídeos, fatores de risco para doenças cardíacas, que já são mais comuns em pessoas com diabetes.

6. Danos ao fígado

O fígado é responsável por metabolizar tanto o álcool quanto a glicose. O excesso de álcool pode sobrecarregar o órgão, aumentando o risco de esteatose hepática (fígado gorduroso) e outras complicações.

Para quem já tem algum tipo de problema hepático, misturar cerveja e diabetes é desaconselhado.

7. Danos aos rins

O álcool pode afetar a função renal, especialmente em pessoas com diabetes, que já têm maior predisposição a problemas renais.

8. Neuropatia diabética

O consumo excessivo de álcool pode agravar os sintomas da neuropatia diabética, como formigamento e dor nas extremidades.

9. Desidratação

O álcool tem efeito diurético, o que pode levar à desidratação. Para quem tem diabetes, isso pode ser especialmente perigoso, pois a desidratação pode afetar os níveis de glicose no sangue.

10. Alterações de percepção

E por último, mas não menos importante é válido lembrar que bebidas alcoólicas causam alterações de percepção e com diabéticos não seria diferente.

Como pode causar hipoglicemia e demais desorientações, cerveja e diabetes é um união que deve ser vista com cautela.


Diabetes e Cerveja: Metabolismo do álcool em diabéticos

O metabolismo do álcool em pessoas com diabetes é diferente.

Enquanto o fígado tenta processar o álcool, ele deixa de liberar glicose na corrente sanguínea, o que pode levar a uma queda nos níveis de açúcar no sangue.

Além disso, o álcool pode interferir na ação da insulina, tornando o controle da glicemia ainda mais desafiador.

Quando uma pessoa consome álcool, o fígado prioriza a metabolização do álcool ao invés de produzir energia para o corpo. Isso pode levar a uma queda nos níveis de glicose no sangue.  

A hipoglicemia é particularmente perigosa para pessoas com diabetes, pois pode causar sintomas como tontura, confusão, fraqueza e, em casos graves, perda de consciência e coma.

Outro fator a considerar quando falamos de cerveja e diabetes, é o fato de que o álcool afeta a capacidade do corpo de reconhecer os sintomas de hipoglicemia.

Muitos dos sintomas de hipoglicemia, como tontura e confusão, são semelhantes aos efeitos do álcool, o que pode levar a uma subestimação da gravidade da situação.


Efeitos da cerveja nos diferentes tipos de diabetes

Quando falamos de cerveja e diabetes é importante lembrar que existem variações da doença.

Assim, os efeitos desse tipo de bebida são diferentes em cada uma dessas condições de saúde como veremos a seguir!

Diabetes tipo 1

Pessoas com diabetes tipo 1 precisam de insulina para controlar a glicemia. a cerveja pode aumentar o risco de hipoglicemia, especialmente se a insulina for administrada sem o consumo de alimentos.

Diabetes tipo 2

No diabetes tipo 2, o corpo não usa a insulina de forma eficiente.

Nesse caso, o álcool presente na cerveja pode agravar essa resistência à insulina, além de contribuir para o ganho de peso, o que traria ainda mais dificuldades para controle da doença.

Diabetes tipo 3

O diabetes tipo 3, está diretamente associado ao declínio cognitivo. O consumo de cerveja e outras fontes de álcool acaba sendo ainda mais lesivo para quem foi diagnosticado com essa variação da doença.

Pré-diabetes

Para quem está no estágio de pré-diabetes, o consumo de cerveja pode acelerar a progressão para o diabetes tipo 2, especialmente se associado a uma dieta inadequada e sedentarismo.

Quando o assunto é cerveja e diferentes tipos diabetes, profissionais da saúde concordam que é preciso ter cautela!


Mulheres, cerveja e diabetes: é preciso ainda mais cuidado

As mulheres metabolizam o álcool de forma diferente dos homens.

Em geral, o corpo feminino tem menos água e mais gordura, o que faz com que o álcool seja absorvido mais rapidamente.

Isso significa que os efeitos do álcool podem ser mais intensos e duradouros, aumentando os riscos de complicações.

Além disso é citar o risco de uma gestação, ou até mesmo de diabetes gestacional.

As mulheres grávidas com diabetes devem evitar completamente o consumo de álcool, pois o álcool pode causar danos ao feto e aumentar o risco de complicações durante a gravidez.


Cerveja sem álcool e diabetes

A cerveja sem álcool pode parecer uma alternativa segura, mas é importante lembrar que ela ainda contém carboidratos e, em alguns casos, glúten.

De maneira geral, profissionais da saúde como médicos e nutricionistas dizem que a cerveja é o pão líquido.

Isso devido à composição da cerveja, que é rica em carboidratos.

Mesmo as cerveja que não possuem álcool em sua composição, também contam com altas doses de carboidratos, o que não é interessante para o organismo de quem tem diabetes.

Afinal, altas doses de carboidratos para diabéticos são desaconselhadas, pois tendem a descompensar os níveis de glicose.

Assim, quando o assunto é cerveja e diabetes, até mesmo as opções zero álcool precisam de atenção.


Dicas para diabéticos consumirem cerveja

Cerveja e diabetes não combinam muito, como você viu até aqui, contudo, seguindo algumas dicas, é possível apreciar um pouco dessa bebida.

A seguir, as principais recomendações científicas quando o assunto é cerveja e diabetes.

1. Consuma alimentos juntos

Comer algo antes ou durante o consumo de cerveja ajuda a evitar picos ou quedas bruscas de glicose, dê preferência para proteínas ou gorduras de qualidade.

2. Monitore a glicemia com sensores ou glicosímetros

Acompanhar os níveis de glicose antes e depois de beber é essencial para evitar complicações. Aqui, é possível usar equipamentos como sensores de glicose ou então os famosos glicosímetros onde é preciso furar o dedo.

3. Evite misturar outros tipos de bebidas

Bebidas açucaradas ou destiladas podem aumentar o risco de hiperglicemia ou hipoglicemia. Cerveja e diabetes em si já são uma combinação perigosa, não aumente esse risco.

4.Hidrate-se

Diabéticos possuem maior propensão a desidratação, por isso, ao beberem cerveja, é importante que consumam água junto com a bebida.

5. Conheça seus limites

Cada organismo reage de forma diferente ao álcool. É importante saber até onde você pode ir sem prejudicar sua saúde.

6. Avise seus familiares

Informar pessoas próximas sobre seu consumo de álcool pode ser útil em caso de emergências.


Mitos e Verdades Sobre Cerveja e Diabetes

O tema cerveja e diabetes gera muitas dúvidas, e nem sempre as informações disponíveis são confiáveis.

Para esclarecer de vez o assunto, vamos desvendar alguns mitos e verdades sobre o consumo de cerveja e diabetes.


1. “Diabéticos não podem beber cerveja de jeito nenhum.”

🟡 Parcialmente verdade

Diabéticos podem consumir cerveja, mas com muitas restrições e precauções. O álcool pode causar hipoglicemia (queda do açúcar no sangue) ou hiperglicemia (aumento da glicose), além de interagir com medicamentos.

Se houver controle glicêmico adequado, consumo moderado e acompanhamento médico, o consumo ocasional pode ser permitido.

No entanto, para pessoas com complicações diabéticas avançadas, o consumo de álcool pode ser altamente perigoso.

Em outras palavras: quando falamos de cerveja e diabetes é necessário bom senso e cautela!


2. “Cerveja sem álcool é segura para diabéticos.”

🔴 Mito

A cerveja sem álcool pode parecer uma alternativa mais segura, mas ainda contém carboidratos e pode elevar os níveis de glicose no sangue.

Além disso, algumas versões possuem traços de álcool, o que pode afetar o metabolismo do diabético.É essencial verificar o rótulo da cerveja sem álcool e monitorar os níveis de glicemia ao consumi-la.

Quando eu digo que cerveja e diabetes é um tema que merece atenção, aqui temos uma prova clara disso.


3. “A cerveja pode causar hipoglicemia em diabéticos.”

🟢 Verdade

Sim! O álcool inibe a produção de glicose pelo fígado, o que pode levar a hipoglicemia (baixa taxa de açúcar no sangue), especialmente em quem usa insulina ou medicamentos para diabetes.

Os efeitos podem surgir algumas horas após o consumo e durar até 24 horas. Por isso, quem tem diabetes deve monitorar a glicemia antes, durante e depois de ingerir bebidas alcoólicas.

Mais um capítulo perigoso sobre cerveja e diabetes.


4. “Beber cerveja pode levar ao diabetes tipo 2.”

🟡 Parcialmente verdade

O consumo excessivo de cerveja pode contribuir para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, mas não é a única causa.

O álcool pode levar ao aumento de peso, resistência à insulina e inflamação no corpo, fatores que favorecem o aparecimento da doença.

Pessoas que já estão em estado de pré-diabetes devem evitar o consumo frequente de álcool para não acelerar a progressão da doença.


5. “Misturar cerveja com outros tipos de bebida alcoólica é seguro.”

🔴 Mito

Misturar cerveja com destilados ou drinks açucarados pode aumentar ainda mais os riscos para diabéticos.

O teor alcoólico pode ser mais alto e a glicose no sangue pode subir rapidamente e depois cair de forma brusca, causando descompensação glicêmica.

O ideal é evitar misturas e, caso opte por beber, fazer isso com moderação e sempre monitorando a glicemia. Já não basta cerveja e diabetes, já pensou consumir outros tipos de bebida?


6. “A cerveja aumenta a resistência à insulina.”

🟢 Verdade

Sim! O consumo excessivo de cerveja pode dificultar a ação da insulina no organismo, contribuindo para a resistência à insulina, um dos fatores principais no desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Além disso, a cerveja é rica em carboidratos e pode aumentar os níveis de açúcar no sangue, tornando o controle glicêmico mais difícil.


7. “Beber cerveja pode causar desidratação em diabéticos.”

🟢 Verdade

O álcool tem um efeito diurético, ou seja, aumenta a eliminação de líquidos pelo corpo. Para diabéticos, isso pode ser ainda mais preocupante, pois a desidratação pode elevar os níveis de glicose no sangue e levar a complicações como a cetoacidose diabética.

Por isso, se optar por consumir cerveja, é essencial beber bastante água para evitar a desidratação.


8. “Diabéticos podem consumir cerveja sem se preocupar com a glicemia.”

🔴 Mito

Diabéticos devem sempre monitorar a glicemia ao ingerir álcool, pois a cerveja pode causar oscilações perigosas nos níveis de açúcar no sangue. Tanto a hipoglicemia quanto a hiperglicemia podem ocorrer, dependendo da quantidade ingerida e do estado metabólico da pessoa.

O ideal é sempre monitorar a glicose antes, durante e depois do consumo para evitar complicações.


9. “A cerveja pode proteger o coração de diabéticos se consumida com moderação.”

🟡 Parcialmente verdade

Alguns estudos sugerem que o consumo moderado de álcool pode ter efeitos cardiovasculares benéficos, reduzindo o risco de infarto e AVC.

No entanto, esses efeitos ainda são controversos para diabéticos, já que o álcool pode aumentar a pressão arterial, causar desidratação e sobrecarregar o fígado.

O consumo moderado deve sempre ser discutido com um médico, pois os riscos podem superar os benefícios.


10. “Diabéticos podem beber cerveja se acompanharem com alimentos.”

🟢 Verdade

Consumir cerveja junto com uma refeição equilibrada, rica em proteínas e fibras, pode ajudar a reduzir os impactos no controle glicêmico. Isso ocorre porque a digestão dos carboidratos da cerveja será mais lenta, evitando picos de glicemia.

Essa prática ajuda especialmente quem tem diabetes tipo 1, pois reduz o risco de hipoglicemia pós-consumo.


E para finalizar? Cerveja é bom para diabetes?

O consumo de cerveja por diabéticos não é proibido, mas precisa ser feito com muita cautela.

E respondendo a questão acima, não! Cerveja não é bom para diabetes.

Alguns pontos são essenciais quando o assunto é cerveja e diabetes, são eles:

  • Consumo moderado – no máximo 1 lata (350ml) para mulheres e 2 latas para homens.
  • Monitoramento da glicemia – antes, durante e depois do consumo.
  • Evitar bebidas açucaradas e misturas alcoólicas.
  • Beber com alimentos para evitar oscilações glicêmicas.
  • Hidratar-se bem para reduzir os efeitos do álcool no organismo.

Você tem diabetes e possui alguma história que envolva cerveja e diabetes? Deixe um comentário contado sua história para nossos leitores.

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E caso ainda tenha ficado alguma dúvida sobre o tema, é só você deixar um comentário, combinado? Vai ser um prazer te ajudar!

Julia Liedge Carvalho

Biomédica, nutricionista e especialista em fitoterapia, nutrição clínica, diabetes e metabolismo. Atua no ramo da diabetes há mais de uma década com mais de 600 vidas transformadas!

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