Diabetes e tontura: entenda a relação e aprenda a prevenir!

Diabetes e tontura: entenda a relação e aprenda a prevenir!

Será que existe relação entre diabetes e tontura? Se você já sentiu aquela sensação de cabeça girando, visão turva ou desequilíbrio ao se levantar ou ao longo do dia e vive com diabetes, saiba que não está sozinho. Essa queixa é mais comum do que parece — e pode estar diretamente ligada ao controle da glicemia.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 16 milhões de pessoas vivem com a condição no Brasil.

No mundo, esse número ultrapassa 500 milhões. E entre as diversas complicações que a diabetes pode trazer, a tontura muitas vezes é negligenciada — mas pode ser um sinal importante de alerta.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que as quedas são a segunda maior causa de mortes acidentais no mundo, e um dos principais fatores de risco é a tontura.

Quando falamos de diabetes e tontura juntas, estamos olhando para uma possível combinação perigosa, especialmente entre idosos e pessoas com outras comorbidades.

Um estudo publicado na revista Diabetic Medicine indicou que cerca de 30% das pessoas com diabetes relataram episódios frequentes de tontura, sendo a hipoglicemia um dos principais causadores.

Neste artigo, vamos explorar a fundo por que a tontura acontece em pessoas com diabetes, quais os tipos mais associados ao sintoma, o que fazer para evitar e como conviver melhor com essa condição.

Continue comigo até o fim e descubra como cuidar melhor da sua saúde e bem-estar.

Vamos lá? Partiu!


Fisiologia da diabetes e seu impacto no equílibrio

Para falarmos sobre diabetes e tontura, é preciso entender sobre a fisiologia dessa condição de saúde!

A diabetes é uma condição crônica que afeta a forma como o corpo regula a glicose — ou seja, o açúcar — no sangue.

Assim, para entendermos a relação entre diabetes e tontura, é fundamental entender como a doença atua no organismo.

Em condições normais, o corpo utiliza a insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, para permitir que a glicose entre nas células e seja usada como energia. Quando há diabetes, esse processo falha.

Isso pode ocorrer por dois motivos principais: o corpo não produz insulina suficiente (caso da diabetes tipo 1), ou as células se tornam resistentes à insulina (caso da diabetes tipo 2).

Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: a glicose se acumula no sangue, provocando a chamada hiperglicemia.

Essa alteração nos níveis de açúcar no sangue pode ter efeitos em praticamente todos os sistemas do corpo, incluindo o sistema nervoso e o equilíbrio corporal.

Alterações rápidas na glicemia, tanto para cima quanto para baixo (hipoglicemia), podem levar a sintomas como tontura, visão embaçada, confusão mental e até desmaios.

Outro ponto importante é o comprometimento dos nervos, conhecido como neuropatia diabética, que pode afetar a percepção do corpo sobre sua posição no espaço.

Isso desequilibra e gera episódios frequentes de tontura.

Em resumo, a diabetes afeta profundamente os mecanismos que mantêm nosso organismo estável — e é aí que começa a conexão com a tontura.

Infelizmente, diabetes e tontura coexistem. Pelo menos em um primeiro momento.


Diabetes e tontura: qual é a relação?

De forma direta, a diabetes pode causar tontura por diversos caminhos.

O mais comum é a hipoglicemia, quando os níveis de açúcar no sangue caem abaixo do normal.

Isso pode ocorrer por uso excessivo de insulina ou medicamentos, jejum prolongado, atividade física intensa sem a devida reposição alimentar, ou até mesmo por erro no horário das refeições.

Durante a hipoglicemia, o cérebro — que depende de glicose para funcionar — não recebe energia suficiente.

Como consequência, surgem sintomas como tontura, suor frio, fraqueza, tremores, visão dupla ou turva e, em casos extremos, perda de consciência.

Por outro lado, a hiperglicemia também pode causar tontura, especialmente quando está associada à desidratação.

A glicose alta promove eliminação de água pelos rins, levando à queda da pressão arterial e comprometendo a oxigenação do cérebro.

O resultado é uma sensação de cabeça leve, cansaço extremo e desequilíbrio.

Além disso, problemas na circulação sanguínea, neuropatia autonômica e o uso de determinados medicamentos para diabetes e pressão alta podem agravar ainda mais essa situação.

Em outras palavras, como costumo dizer para meus pacientes diabetes e tontura estão interligadas quando a glicose está alta e baixa.


Quais tipos de diabetes causam tontura?

Diabetes e tontura podem surgir nos mais variados tipos da doença. Confira abaixo como isso ocorre:

Diabetes tipo 1

Neste tipo, o corpo não produz insulina. A pessoa depende da aplicação externa desse hormônio. Como consequência, as variações glicêmicas podem ser mais intensas, especialmente em quem ainda está aprendendo a ajustar as doses.

A hipoglicemia é uma complicação frequente, e um dos primeiros sintomas é justamente a tontura.

Quando falamos em diabetes e tontura, o tipo 1 é um dos campeões de casos.

Diabetes tipo 2

Aqui, o corpo ainda produz insulina, mas as células não a reconhecem bem. O tratamento pode envolver medicamentos orais, mudanças de estilo de vida ou até insulina.

A tontura aparece tanto pela hipoglicemia (efeito colateral de alguns remédios), quanto pela hiperglicemia.

Além disso, com o passar dos anos, a neuropatia diabética e a pressão baixa ortostática podem se tornar causas persistentes da tontura.

Quando o assunto é diabetes e tontura, o tipo 2 também costuma causar o problema, principalmente em quem tem a doença há mais de 10 anos.

Diabetes gestacional

Durante a gravidez, algumas mulheres desenvolvem resistência à insulina. Isso exige monitoramento constante.

Nesse período, a tontura pode surgir por hipoglicemia, por jejum prolongado ou até por desidratação. Como afeta duas vidas — a da mãe e a do bebê —, é essencial ter atenção redobrada.

Diabetes tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults)

Esse tipo é uma mistura do tipo 1 e 2. Costuma surgir na vida adulta, mas com características autoimunes.

A instabilidade glicêmica também é comum, e isso favorece a ocorrência de tontura, principalmente no início do diagnóstico.


O que fazer para paralisar o problema?

Se você convive com diabetes e sente tonturas frequentes, saiba que há formas eficazes de controlar esse sintoma. Vamos entender cada uma delas:

Seguir o tratamento medicamentoso

Diabetes e tontura estão interligadas quando há falta de controle da glicemia, para mais ou para menos.

Por isso, tomar corretamente os remédios prescritos pelo médico ajuda a evitar picos ou quedas abruptas da glicemia.

Nunca ajuste doses por conta própria. Monitorar a glicemia com frequência é essencial para detectar padrões e evitar crises.

Se alimentar de forma adequada

Uma alimentação balanceada, com horários regulares, carboidratos de baixo índice glicêmico e presença de fibras, proteínas e gorduras boas é essencial.

Comer em intervalos regulares evita quedas de açúcar no sangue. Além disso, evitar doces em excesso previne hiperglicemias.

Para parar a relação entre diabetes e tontura, se alimentar de forma adequada é fundamental.

Fazer uso de suplementos (quando indicado)

Quando falamos sobre diabetes e tontura suplementos como magnésio, vitamina D, complexo B e ômega-3 podem ajudar no controle da glicemia e da saúde dos nervos. Converse com seu médico ou nutricionista antes de iniciar qualquer suplementação.

Praticar atividades físicas

Exercícios regulares ajudam a controlar o açúcar no sangue e melhoram a sensibilidade à insulina. Além disso, favorecem o equilíbrio corporal, diminuindo episódios de tontura e aumentando a vitalidade.

Evitar situações de estresse

O estresse libera hormônios como o cortisol, que aumentam o açúcar no sangue. Práticas como meditação, respiração profunda, yoga e boas noites de sono ajudam a manter a calma e controlar a glicemia.


Como prevenir tontura proveniente de diabetes?

Sempre que meus pacientes falam sobre diabetes e tontura, a principal questão é: como prevenir?

Aqui estão algumas formas de prevenir tanto a diabetes quanto as crises de tontura:

  • Manter uma alimentação equilibrada
  • Praticar exercícios regularmente
  • Evitar jejum prolongado
  • Ter horários fixos para as refeições
  • Dormir bem todas as noites
  • Evitar consumo excessivo de álcool
  • Reduzir o estresse diário
  • Realizar exames médicos regularmente
  • Controlar o peso corporal
  • Parar de fumar
  • Hidratar-se corretamente
  • Monitorar a glicemia com frequência
  • Evitar alimentos ultraprocessados
  • Tomar a medicação conforme prescrição
  • Consultar profissionais de saúde sempre que sentir alterações

Convivendo com o problema

Ter diabetes e tontura não significa viver em alerta constante. Com os cuidados certos, é possível levar uma vida plena, segura e com qualidade.

A chave está no autoconhecimento e na disciplina. Entender os sinais do seu corpo, respeitar os limites e seguir as orientações médicas fazem toda a diferença.

Eu sei que não é fácil, mas você não está sozinho. Milhares de pessoas enfrentam os mesmos desafios todos os dias — e conseguem vencê-los. E você também consegue.

Com informação, apoio e prática, é possível controlar o quadro e viver bem.


Mitos e verdades sobre diabetes e tontura

Vamos agora desmistificar algumas informações sobre diabetes e tontura para deixar tudo mais claro da melhor forma possível.

Mitos:

  • Toda tontura em diabético é sinal de hipoglicemia
  • Quem tem diabetes não pode fazer exercício físico
  • Comer açúcar resolve toda tontura
  • Só idosos com diabetes têm tontura
  • Se a glicemia estiver controlada, nunca haverá tontura

Verdades:

  • A hipoglicemia é uma das causas mais comuns de tontura
  • Diabetes mal controlada pode afetar os nervos e causar desequilíbrio
  • Alimentação irregular pode causar crises
  • Pressão baixa também pode causar tontura em quem tem diabetes
  • A tontura pode ser o primeiro sinal de descontrole glicêmico

Perguntas e respostas

Como sempre gosto de fazer nessa sessão, trago uma série de perguntas que recebo dos meus pacientes em consultório e trago aqui para compartilhar com você que me lê.

Abaixo, os principais questionamentos sobre diabetes e tontura. Peço que você leia com atenção, pois as dúvidas dos meus pupilos, podem ser as suas. Bora conferir?

1. Quem tem diabetes pode ter tontura com frequência? Sim, especialmente se houver variações nos níveis de glicemia ou complicações como neuropatia.

2. A tontura pode ser sinal de hipoglicemia? Com certeza. É um dos primeiros sintomas e precisa ser tratada imediatamente.

3. O que fazer na hora da tontura? Sente-se, respire fundo e, se for diabético, meça a glicemia. Caso esteja baixa, consuma uma fonte de açúcar.

4. Diabetes tipo 2 causa mais tontura que o tipo 1? Depende do controle glicêmico. Ambos os tipos podem causar tontura se não estiverem bem controlados.

5. Qual exame detecta a causa da tontura? Exames laboratoriais de glicemia, hemoglobina glicada e exames neurológicos podem ajudar a identificar a causa.

6. Diabetes gestacional também causa tontura? Sim, principalmente se houver quedas de açúcar no sangue ou má alimentação.

7. Existe tratamento específico para tontura causada por diabetes? O tratamento é focado no controle glicêmico, hidratação e ajustes no estilo de vida.

8. Tontura é sinal de agravamento da diabetes? Pode ser, especialmente se estiver associada a outros sintomas como visão embaçada, formigamento ou fraqueza.


Entender os valores, ajuda a evitar tonturas

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Ajudar alguém pode ser tão simples quanto enviar um link. E se ainda restou alguma dúvida ou quiser compartilhar sua experiência com diabetes e tontura, deixe um comentário aqui embaixo — vou adorar te ouvir!

E uma forma de prevenir e entender o problema é conhecer os valores de normalidade e alteração da doença.

Foi pensando nisso que escrevi um artigo mais do que especial sobre os valores de normalidade e alterações para diabetes. Quer ler? Então, você só precisa clicar abaixo!

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Diabetes qual o normal? Descubra os valores que indicam a doença!

Julia Liedge Carvalho

Biomédica, nutricionista e especialista em fitoterapia, nutrição clínica, diabetes e metabolismo. Atua no ramo da diabetes há mais de uma década com mais de 600 vidas transformadas!

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